quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Heroína da resistência.

Para: Duda, a mais nova aluna de medicina da UPE, 2011.2.

Foram 4 anos, 48 meses, 192 semanas, 1460 dias de estudos. De aulas. De assuntos novos (ou não tão novos assim). Do mesmo caminho entre Olinda-Recife. Do inferno azul. De tirar e botar crachá. De milhões de fichas e cadernos e PPs. De ansiedade. De luta. De não desistência.

Lembro do primeiro ano dessa batalha. Fevereiro de 2007. Nosso último ano na escola, nossa primeira tentativa de entrar em uma universidade. Lembro das horas intermináveis na escola e em como, dentro de nós, torcíamos para que elas realmente não terminassem. Não queríamos, ainda que querendo, sair dali. Perder a convivência diária. Perder os esquemas de filas (ah vai, quem não cola não sai da escola). Perder as provas em dupla. Perder os trabalhos em grupo. Perder a nossa segunda casa.

Mas perdemos. Alguns de nós perderam para ganhar uma nova """"casa"""", uma nova universidade. Você não. Foi difícil e confuso, ficar metade feliz porque eu tinha ganho e você (e Aline) não tinham. Difícil, porque agora estaríamos separadas e por mais que eu nunca tenha duvidado, NUNCA, que continuaríamos em contato, sabia que meu apoio constante, como era na escola, não seria mais possível. Demos um jeito, estudávamos perto, e seguimos em frente. Você seguiu em frente.

Houve mais duas tentativas que não deram certo e em todas às vezes, sofríamos com você. Eu e todos os seus verdadeiros amigos. Parte de mim implorava silenciosamente para que você não desistisse e bastava um olhar pra você para saber que desistir não era uma opção. Nunca foi. E você seguiu em frente. Contra estatísticas. Contra opiniões. Contra pitacos sobre o que você deveria fazer no ano seguinte. Você continuou, firme, forte, e sim, inabalável.

Até chegarmos ao dia em que todo seu esforço, todas as suas horas gastas estudando, sem feriados, sem férias em julho, sem descanso, tudo seria recompensado. E sei que não tem melhor recompensa do que ver seu nome no listão. Eduarda Santa Rosa Barata. Classificada. Fera Medicina UPE 2011.2. O dia em que, se você pensar bem, tudo mudou.

Nunca, nunca vou esquecer a ansiedade que sentimos dias antes e enquanto esperávamos algum maldito site divulgar o listão. Como madrinha quase entrou pelo monitor, com teclado e tudo, apenas para ver se a filha dela havia conseguido. Ou em como, após Mari e Ribas dizerem um milhão de vezes que você tinha passado, a ficha caiu coletetivamente, e todos nós te abraçamos em conjunto, você ainda sentada na cadeira, a tua risada sendo músicas para nossos ouvidos.

Não vou esquecer sua mãe chorando, seu pai chorando, eu, Aline, Rebeca, Paulinho e Debby chorando. Não vou esquecer os inúmeros telefonemas e scraps e tweets que recebesse, cada um te dizendo aquilo que você merecia escutar/ler. Não vou esquecer como Breno, Murilo, Hugo e Marília foram até lá te parabenizar pessoalmente, cada um com um abraço especial (ou esmagador, né? ;x). Não vou esquecer como Lara, lá de Recife e que também te acompanhou nessa trajetória quase desde do início, tentava vir te ver (e ela vem, HOJE!). Não vou esquecer a felicidade que cada um de nós sentíamos, e que era praticamente tangível.

Repito as palavras de Breno e a verdade absoluta contida nelas: ontem, é como se cada um de nós tivéssemos passado um pouco em medicina. Porque apesar de distantes, apesar de termos perdido o colégio, apesar de 4 anos, 48 meses, 192 semanas, 1460 dias, estávamos com você em cada passo do caminho. Torcendo. Incentivando. Apoiando.

Parabéns de novo, Duda! Você merece MUITO, MUITO essa aprovação. Muita, MUITA sorte nessa nova etapa da sua vida e de uma coisa eu tenho certeza: estaremos todos de novo com você, nossa heroína da resistência.

domingo, 21 de novembro de 2010

Até a morte.

Serei tua Sport, mesmo quando o único que te impediu de estar na série A foi tu mesmo.
Serei tua Sport, mesmo que tudo que me dês a cada jogo é uma dor no peito e não uma vitória.
Serei tua Sport, mesmo que a cada fim de partida eu termine com lágrimas nos olhos e não um sorriso nos lábios.
Serei tua Sport, quando o estádio te vaiar.
Serei tua Sport, quando a imprensa te menosprezar.
Serei tua Sport, nas vitórias, mas principalmente, nas derrotas.
Serei tua Sport, quando não mereceres.
Serei tua Sport, quando deveria estar escrevendo sobre minha decepção, mas escrevo sobre meu amor.
Serei tua Sport, quando fores Campeão do Brasil ou permaneceres na série B.
Serei tua Sport, quando todos apontarem os dedos e eu te der meu coração, de novo e de novo.
Serei tua Sport, quando a matemática for melhor que teus jogadores.
Serei tua Sport, quando me zombarem por ser tua.
Serei tua Sport, quando ver tua camisa em outro Estado me faz sentir em casa.
Serei tua Sport, com 39 campeonatos estaduais, 1 Copa do Brasil, 1 Brasileiro Série A, 1 Brasileiro Série B ou com nada.
Serei tua Sport, quando canto teu grito de guerra e torço com minha voz.
Serei tua Sport, quando assisto a um jogo e torço com meu coração.
Serei tua Sport, quando enrolo tua bandeira ao redor de mim e torço com minha pele.
Serei tua Sport, junto com 30 mil torcedores ou nenhum.
Serei tua Sport, hoje e amanhã.
Serei tua Sport, serei tua até a morte.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Worth it.

"It is worth it and everything around it is worth it. Every moment, everything is worth it."
- Seeley Booth, Bones, 4x23 The Girl in the Mask

superação: su.pe.ra.ção.
sf (lat superatione) 1 Ato ou efeito de superar.

seminário de engenharia de computação: s.e.c.
sm 1. Ato ou efeito de se superar.

Entre os vários desafios da vida, existem aqueles que você não pode falhar. Porque você não se permite. Porque é importante demais. Porque não é uma opção. E como em todos eles, há o momento em que você duvida de si mesmo, da sua capacidade, dessa vez, da sua sanidade.

"Por que vocês vão se meter nisso?"
"Não se metam nisso."


E mais uma vez, os comentários negativos são sempre os mais altos. Mais constantes. Para vocês, mais desafiador.

Meses atrás, o futuro era um borrão. A linha de chegada era invisível, quase inexistente. Cada passo parecia nos levar para o mesmo lugar. A mesma situação. Para nada.

Lembro quando começamos a organizar o IX Seminário de Computação como se fosse ontem. A primeira reunião aconteceu no dia 03 de maio de 2010 e naquele momento, já tínhamos o tema e a equipe praticamente formada. O primeiro passo estava dado. A luta havia começado.

Lembro ter voltado para casa orgulhosa de levar o título de Coordenadora do evento. Mas lembro mais ainda do medo, escondido lá no fundo e que só me dei conta meses depois, que senti pela responsabilidade dada a um grupo de estudantes.

Não era apenas um seminário. Era o Seminário de Engenharia de Computação da Universidade de Pernambuco. E ele estava nas nossas mãos. Mãos que com o passar dos meses se resumiram as minhas e da minha eterna companheira, irmã, melhor amiga: Lara Dantas. Lara para vocês. Dude para mim.

Agosto. Volta às aulas. Professora que nos ajudava saindo. Professor novo assumindo. E outubro parecia estar na próxima curva. Nos apressando. Assombrando. Cobrando.

Sem patrocínios. Sem dinheiro e cheias de provas e desespero, trabalhamos com o que e quem tínhamos. Estudamos nas vésperas das provas. Dormimos o mínimo permitido para conseguirmos de fato levantar no dia seguinte. Choramos. Brigamos. Sorrimos.

A semana do dia 18 ao dia 22, aqueles cinco dias são os tipos de dias que parecem acontecer em uma realidade alternativa. Por serem bons demais. Ruins demais. No nosso caso, trabalhosos demais.

Ir de salto alto todos os dias. Subir e descer escadas com salto todos os dias. Correr de salto todos os dias. Mas o mais importante, orgulha-se de salto todos os dias. De salto, não NO salto. Encher as palestras. Conhecer novas pessoas. Sermos aplaudidas porque sim, havíamos conseguido.

Conseguimos caminhar apoiadas uma na outra. Conseguimos derrubar cada obstáculo que apareceu no caminho (tão longo caminho), um por um. Conseguimos nos superar.

E pelos cinco dias em que sempre vou lembrar como os dias em que representam nosso suor, sangue e lágrimas, te agradeço, Dude, por ter estado lá incondicionalmente. Esse post vai pra ti. Se pudesse dedicar o SEC a alguém, mesmo sendo nosso, te dedicaria assim mesmo.

Aos próximos responsáveis, além de acharem um tema bom, um professor que os coordene, lembrem-se de achar, antes de mais nada, amigos. Porque no fim, tudo - amigos e SEC - vale a pena.




quarta-feira, 25 de agosto de 2010

24

Events (do not) occur in real time.

24:maio:2010

É um daqueles dias que você simplesmente não consegue esquecer. Daqueles que você fecha seus olhos e pode reviver a maioria das partes e, definitivamente, todas as partes principais. Mais do que tudo, é possível sentir de novo absolutamente tudo que você lembra ter sentido tantos dias, meses, anos atrás.

Lembro do nervorsismo ao acordar e me dar conta que era o dia do series finale da minha primeira e favorita série. Lembro da batalha de sentimentos, entre querer assistir e ao mesmo tempo fugir do episódio para o mais longe possível, apenas para não vivenciar o inevitável. Lembro da vontade de chorar presa na garganta, o dia todo. Lembro de ter assistido com o coração batendo forte, quebrando-se a cada minuto passado. Lembro de ter chorado tanto que precisei botar a mão na boca para abafar os soluços. Era o fim. E como todo fim, ele é inesquecível.

24:agosto:2010

As pessoas dizem que a vida é louca. Que a vida é injusta. E EU digo, a vida pode ser bastante, BASTANTE, irônica. E ela passa rápido, muito rápido. Quando você se dá conta, já passou um ano e tudo mudou.

"Entropy is a natural force that pulls everything apart at a subatomical level. Everything changes."

Ou quase tudo.

24 continua sendo uma data escolhida para o series finale de 24 horas, agora no Brasil.
Você continua chorando feito um bebê toda vez que rever aquela última cena, com aqueles atores, com aquela música, com aquela frase. Shut it down. Shut it down. Shut it down.
Você continua se lembrando de como, sim, tudo mudou.
Detalhes ainda te fazem felizes, e eles podem ser um simples (e oh-so-adorable!!!!) boneco:

Sua melhor amiga (e irmã) continua ali, do seu lado, te apoiando e se fazendo presente em um dia tão significativo, tão profundo, tão cheio de tristes lembranças. E ela dorme na sua casa, apenas pra não te deixar só. E ela está lá com você enquanto a série da sua vida chega ao fim, pela segunda vez. E ela chora com você quando a última cena se desenrola na frente de seus olhos. E ela te segura até você parar de chorar. Por 24. Pelo dia. Por tudo.

E você continua. Você supera. Você segue em frente. Você tem certeza que não importa quanto as coisas e as pessoas mudem, alguns relacionamentos são eternos. São maiores do que apenas 24 horas, que um dia, que um ano. São pra vida toda. 24 horas por dia. Pra sempre.

Never gonna shut it down.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Imagination rules the world.

- Do you remember the first time we talked about our feelings?

She watched him as he nodded, a tiny and shy smile on his lips.

- I remember the way you looked at me. And when you said: "I'm afraid of this not working." there I knew somehow you were already afraid of losing me. Us. I could see in your eyes we were meant to me. I knew it. Right from the beginning.

- I'm your guy.
_

Yes, I need Bones.

Yes, this absence of series is driving me crazy and making me nostalgic and... crazy. Yeah. See?

Help?

No?

Right. Lol.

Bye.

*grabs pop corn, chooses an old episode to watch, turns this thing off*

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Brasil.

Nunca gostei do Dunga.
Nunca gostei do Júlio César.
Nunca acreditei nessa seleção.
Nunca.

Poderia até dizer "eu já sabia", mas não seria a verdade.
Não adianta apontar culpados em um esporte em grupo.
Não adianta dizer que foi o Felipe Mello. E se ele não tivesse lá, quem faria o passe sensacional para o primeiro gol?
Não adianta dizer que foi o Júlio César, por que se ele não tivesse lá, teríamos chegado mesmo as quartas-de-final?
Não adianta dizer que foi o Dunga, porque não pode ser culpa apenas do treinador.
Não adianta.

O que eu vi?

Eu vi uma seleção unida, como a há muito tempo não víamos.
Eu senti que todos eles jogavam pela camisa, e não pelo status, como há muito tempo não víamos.
Eu vi homens chorando, sem conseguir pensar direito ou até mesmo falar, por causa de uma derrota.
Eu vi a paixão do brasileiro, e eu me orgulhei tanto. Nós somos assim: passionais, guerreiros, mesmo que nossa estabilidade emocional se perca no meio do caminho. Não somos frios. Nós damos as mãos e entrelaçamos os dedos com a pessoa ao nosso lado na mesa, porque o próximo lance é a última chance. O último segundo. A distância entre ser Hexa e voltar pra casa.
E estamos voltando. Arrasados. Machucados. Ansiosos para a próxima oportunidade. Em casa, com os estádios completamente lotados de amarelo e verde. Brasil.

Ser brasileiro.
Faz tempo que não me sentia tão patriota.
Faz tempo que a seleção não me provocava emoções fortes, e de fato, me surpreendi com minha tristeza. Com meu choro ao ver aquele mesmo Júlio César que não gosto, tentando falar, mas chorando ao invés disso. A frustração. A vontade de gritar e de voltar o dia, mudar tudo de alguma forma. Ser campeões.

Futebol é arte. E completamente imprevisível.
Futebol é Brasil.
E Brasil será Hexa campeão.

Que venha 2014!

"Even the best falls down sometimes."
_

ps.: Mick Jegger, FILHO DA PUTA! (precisava desabafar. lol)

domingo, 30 de maio de 2010

The Last Hour.


Eu tentei - por quatro vezes - escrever sobre o fim de 24 horas aqui. E nas quatro vezes, tudo que consegui foram frases desconexas. Hoje, ao ler o email de uma amiga falando sobre o series finale, encontrei minhas palavras. Talvez ainda desconexas, mas com algum significado para mim. E certamente para quem me conhece. Decidi colar aqui o comentário que enviei a ela.
_

Quando acordei, no dia do finale, eu tava ansiosa. Meu coração tava apertado, como se tivesse uma mão em volta dele. Me sufocando.
Confusa também, porque queria muito chegar em casa (estou estagiando de manhã e estudando à tarde, então só chego em casa à noite), mas ao mesmo tempo, eu não queria. Não queria. Não queria TER que VER o último, entende? Mas ao mesmo tempo era absolutamente tudo que eu queria. Precisava, não precisando. Confuso. Confusa.

Em vários momentos do dia, durante o trabalho ou as aulas, eu quis chorar. Porque eu lembrava que era o fim. Que janeiro será triste. Vazio. Incompleto. Que eu nunca mais escutaria "The following takes place between...". Nada. Absolutamente nada. E eu quis chorar. No meio do dia. No meio da sala. No meio de todas as pessoas que não entenderiam e talvez até debochassem dos meus sentimentos (com exceção da minha melhor amiga). Eu realmente quis chorar. Por vezes, sentia meus olhos brilhando, e os desviava para algum ponto que ninguém visse.

Cheguei em casa com todo meu foco em assistir os dois últimos. Tentei não pensar em 'últimos', mas em apenas os 'episódios'. Não tava pronta pra ver. Nunca estaria. E já tinha dito a várias pessoas que eu choraria do começo ao fim. O que foi quase verdade. Quando começou, o relógio formando '24', o "The following takes place...", nada disso tinha feito as lágrimas virem até... 'Events occur in real time.' Damn it. Por que? Só pra lembrar a gente da primeira vez que ele falou isso? Em como todo COMEÇO de temporada tem essa mesma frase? E tinha no fim. No fim. Tinha que ter. Para nos lembrar, pela última vez, que acontecia em tempo real. Tão real.

Daí em diante, algumas cenas me fizeram chorar. Do primeiro episódio, não lembro muito. Mas do segundo... Ah o segundo...

A cena entre Jack e Chloe, do "SHOOT!" - "NO! I CAN'T! - "DAMN IT, CHLOE!" - "PLEASE, JACK, DON'T MAKE ME DO THIS!" - "DAMN YOU, CHLOE!"
E ele levando a própria arma a cabeça, e ela desesperada, e eu chorando, e o fim se aproximando (dele, da série, de tudo). E o tiro. O tiro DELA NELE. Algo dentro de mim me dizia que ele não iria morrer. Não iria. Jack Bauer iria viver por mais uma hora. Por mais um dia. Mas mesmo assim, eu chorei, enquanto implorava para a maldita cena avançar e eu poder ver aqueles olhos azuis de novo. Abertos. Vivos.

E sinceramente, o que falar daquela última cena? Eu não tenho palavras. Ou talvez eu tenha, mas apenas não sei colocá-las de uma forma coerente para que você entenda. Porque aquela cena foi... épica. Inesquecível. Perfeita. Nem se eu imaginasse um milhão de possibilidades, elas seriam tão boas quanto realmente foi. Jack e Chloe. Eu sinto como se fosse uma homenagem a eles, sabe? Pela amizade. (Sim, seria ainda mais perfeito se tivesse sido Tony). Pela longevidade dos personagens. Por nós. Que desde a terceira temporada (When you first came to CTU...) conhecemos ela. Ele. O quanto eles evoluíram. Juntos.

"Are you with me?"
"I can't do this without you."

Lealdade.

E eu podia ver Mary Lynn chorando ali. Não Chloe. Talvez as duas. Misturadas. Uma só. A frase final quebrou meu coração em um milhão de partes. Não esperava que algo tão simples como "Shut it down" pudesse ter tanto significado. Tanto poder. Eu chorei tanto. Tanto. Nunca chorei tão forte assim antes. Tanto que eu precisei botar a mão na boca para impedir que meus soluços fizessem barulho ou meus pais/irmã iriam vir até meu quarto perguntar quem morreu. 24?

Não!

No dia seguinte, minha cabeça doía. Doía mesmo. E foi tudo que precisei para faltar o estágio. Ficar em casa. Dormir um pouco mais. Esquecer. Esquecer que a série da minha vida havia chegado ao fim. Dizer adeus dói demais. Em qualquer nível. Para qualquer coisa. E é algo que nem eu, nem você, nem algumas pessoas - aquelas que realmente sentem - vão se acostumar. Gostar. Nós apenas continuamos. Sobrevivemos. Vivemos. Passei a quarta-feira triste. Vazia. Distante. Às vezes presente. Na maioria das vezes ausente. Quis olhar pro céu (o drone...) várias vezes, a última cena voltando a minha mente. Shut it down. Shut it down. Thank you. Good luck, Jack. Shut it down.

Mas em algum momento, eu comecei a voltar ao normal, e acho que sei o motivo. Ainda não é fácil, não. Em janeiro, vou provavelmente ficar bem triste por alguns dias, os dias em que eu supostamente deveria estar baixando 24. Esperando ansiosamente pela legenda. Por ele. Nosso herói. O motivo? 24 horas nunca vai desaparecer. Pode ter desaparecido da FOX. Da programação. Das nossas terças-feiras de janeiro à maio. Mas não das nossas vidas. Das nossas lembranças. Das nossas pratileiras. Tá ali. Ao alcance da nossa mão. E toda vez que você escolher uma temporada, um episódio, uma cena, um quote, você, eu, vamos saber que não morreu.

It wasn't shut down.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Rei Leão.


Parecia um cenário de guerra.

A rua mal iluminada. Pessoas aglomeradas em determinados pontos. Sons de helicoptero. Gritos de guerra. Bandeiras. Uniformes.

Tensão.

Pressão.

Apenas um resultado desejado: a vitória.
_

Existem momentos que ficam na sua memória para sempre. Momentos que você daria inúmeras coisas para apenas revivê-lo. Sentir tudo de novo. E de novo. Momentos que você até duvida que foram reais, de tão bons. Tão vivos. Momentos esses que podem ser um jogo de futebol. Uma única partida. 90 minutos lembrados por toda sua vida.

Sport 1 x 0 Naútico - Final do Campeonato Pernambucano 2010.

A guerra. Porque sim, era uma.
Não com armas e pedras e paus.
Mais com 36 mil corações, 36 mil vozes ecoando. Cantando. Gritando. Torcendo.

E em um único momento, outros dentro dele podem ser tão inesquecíveis quanto.

O grito de guerra e o arrepio que se seguiu a ele. Os olhos cheios de lágrimas
A mão suando. Pigando. Apertando.
O coração batendo alto. Forte. Rápido.
A voz querendo gritar gol. Apenas um. Rápido.

GOL!
Campeão de Pernambuco.

As lágrimas descendo pelo rosto. Meu rosto. Pelo rosto de crianças, que talvez estivessem presenciando o time ser campeão pela primeira vez. Pelo rosto de homens, que se permitem chorar por futebol. Com o futebol.

36 mil torcedores apaixonados.

Pentacampeões.

domingo, 16 de maio de 2010

I believe...

I believe I'm just adapting "I confess" idea but it is a new idea nonetheless.
I believe I should be writing my article right now but who fucking cares?
I believe in my soccer team.
I believe you don't know I have more than one soccer team.
I believe promises are meant to be kept.
I believe all crappy days can be turned into a beautiful day with only one moment. Only one sentence.
I believe "there is someone for everyone. Someone you are meant to spend the rest of your life with."
I believe in you only if you give me reasons to.
I believe I'm not the same kid from your memory. Now I can fend for myself.
I believe you know the last sentence is from a Paramore song.
I believe Bones season finale is gonna make me cry like a baby.
I believe if I don't watch it SOON I'll eat all my fingers.
I believe 24 series finale will break my heart into little pieces.
I believe I shouldn't be so hopeless addicted to tv series.
I believe a true friendship can grow even if you're miles apart.
I believe I have a partner.
I believe I have a best friend.
I believe I have my someone.

I believe... I should just shut up.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

I confess...

I confess I'm copying this idea from my partner's blog.
I confess I don't even know what to confess.
I confess I have a lot of things I'd like to say but I don't know how.
I confess I don't understand people anymore.
I confess I don't try to understand people anymore.
I confess I find intelligence soothing.
I confess sometimes I rely on logic.
I confess sometimes love is the only thing that can save my day.
I confess sometimes it's all too much.
I confess I can't walk away.
I confess I love to help people even if it means hurting myself in the process.
I confess I'm paying a price for helping someone that I don't care to pay.
I confess I wish I could hit some people.
I confess once you say something hurtful, you can't take it back and I won't forget.
I confess I'm writing this because I needed to say all these non-sense stuff somewhere.
I confess I should write my post about my soccer team and our incredible night yesterday.
I confess I just needed to confess.

I confess...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A little bit of something me in everything in you.

You can't never - EVER - forget your first time, can you?

And by that - you, dirty minds! - I mean all the first times you did something really great. Memorable. Unforgettable. Immortal.

I believe the logic can also be applied to your first tv series.

How can you forget?

The first time you sat down and watched it with your dad.
The first time you saw the good girl turning into the absolutely evil girl.
The first time you saw him.
The first time you saw her.
The first time you saw them.
The very first kiss shared by them.
The first time they held hands.
The first time you saw their wedding rings.
The first time he got shot.
The first time she almost died.
The first time he saved her instead of his country.
The first time they kissed after being apart.
The first time she almost saved him instead of her country.
The first time you cried ridiculously much because of a character. Her character.
The first time you witnessed a man dying to meet his woman. Somewhere only they know.
The first time someone came back to life.
The first time the same man turned his back against his country because of her.
The first time you cried about the end of it all.

How can you say goodbye?





quinta-feira, 11 de março de 2010

The following takes place...

... between a breaking news and a broken heart.

This is a love story.

Day 1, first halve.

You hated it.
You didn't even know what it was all about.
The only thing you know is that your dad watches it. And seems to like. But no, not you.
Not a stupid show that has a clock appearing on the screen every 20 goddamnit minutes.

Day 1, second halve.

You hated him.
That slim, looking like latin guy.
Tony Almeida.
You just hated him.
Who the hell he think he is to 'steal' Jack Bauer's woman?
Because you liked her.
You trusted her.
You could see how she and that blond guy got along so well. Better than well. Closely.
The blond guy which name was Jack Bauer.
"My name is Jack Bauer and today is the longest day of my life"
The man with a deep, beautiful voice that could shoot a terrorist a mile away.
The hero.
The betrayed hero.
And you started hating her.

Day 2.

You loved him.
The handsome, different and yet the same, latin guy.
And he loved her.
Just like you did. (Do).
Just like him, you can still remember the first time you saw her on your screen.
The first time you saw her smiling.
And you both knew she was the one.
For him. Tony Almeida and...
... Michelle Dessler.
And even though you wouldn't mind with scenes only between the two of them (who cares about a bomb If you get to see them kissing each other oh-so-desperate on a dark aisle?), you can't deny the adrenaline running through your body everytime Jack Bauer makes his appearance.
With a gun.
With a "damn it".
With a mission.
To save us all.

Day 3.

You loved them.
The only thing that kept you from screaming upon seeing their wedding rings was your dad right behind you, sitting in the other sofa. But you smiled. A big, satisfied smile.
They are your first shipper.
Married.
Happy.
Until everything changes.
He gets shot.
She exposes herself to a very, very deadly virus.
He wishes he could be there for her.
He is.
She let him know that "no matter what, the last three years have been the best years of my life".
He can barely breathe.
You can barely breathe.
And then...
She survives.
He had never felt so relieved in his entire life.
- "Michelle... I can't believe I almost lost you."
- "I almost lost you too. But we are still here."
- "Hey... I love you."
- "I love you so much."
You love them so much.
So much you almost can't believe when the mastermind terrorist kidnaps her.
He tries to save her instead of his country.
He does.
She is rescued.
They kiss. Their last kiss before he is sent to jail.
She is alone.
You are alone with that damn season finale.
Oh, and Jack? Not exactly the hero to me in this one.

Day 4.

You miss them.
You don't know a fucking thing about what happened to them.
Are they together?
Are they still loving each other?
Are they even going to show up this time?
Yes.
Suddenly, he is back.
He saves his best friend.
And when she comes back to CTU - just like him -, he (you) knows he saved his life.
They saved each other lives.
Again.
They almost, almost lose each other.
Again.
But he is also rescued.
He also comes back to her arms.
- "I didn't know how much I love you until I thought I lost you."
You didn't know that either.

Day 5.

You lose them.
First her.
And you can't believe in your eyes when her car explodes. When he runs to her, taking her body in his arms just to feel - on his fingertips - that she is dead.
Dead.
You... He felt empty.
Sad.
Out of control.
And so he dies trying to get his revenge. He dies. For her. With her.
You wait - patiently - until Jack Bauer - definitely your hero now - kills the man who killed them both.
You don't feel better.
Somehow, you keep watching your favorite show.

Day 6.

You need them back.
You need a good plot as well.
And the whole season was so bad that you don't even know what to talk about it.
You just know you can't stop watching it. You're engaged to it.
For life.

Day 7.

You get him back.
Him and his hollow eyes. Broken heart. Meaningless life.
Him with his memories. His past. Her.
You find out you can't hate him. Not even after all he had done.
All of that for her.
And their unborn child.
He screams his frustation.
And you want to scream yours.
You just cry instead.

Day 8.

You know it's the end.
And when you're sure about it, you...
Want to feel the last seven days all over again.
_

You already miss it.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Sometimes.

Sometimes it all feels like a dream.
Sometimes you wish it could last forever so the reality wouldn't come back, with its full force, reminding you of your wounds. Your disappointments. Your losses.
Sometimes they are drunk.
Sometimes they just show up uninivited.
Sometimes they are SO wrong.
Sometimes they smile like they mean it.
Sometimes you smile just because the moment asks for it and the past is forgotten for a split second.
Sometimes you gotta fail first, realize that you can actually do it and just... dance.
Sometimes your dance partner is the person who hurt you the most.
Sometimes it's your best friend.
Sometimes it's the man of your life.
Sometimes you are surrounded by people who dislike you but also by people who love you more than you'll ever know. And then, you have one of the best days in a long, long time.
Sometimes you have two amazing days in a row.
Sometimes you and your best friend can work very hard and be happy about it.
Sometimes you just gotta dance again. And again. And again.
Sometimes go to buy food can be the most hilarious experience ever.
Sometimes someone is gonna scream, really scream, in your ear and you'll just love him even more because of it.
Sometimes be starving can be funny.
Sometimes you just gotta hang out with the boys and laugh until tears of happiness start streaming down your face.

Sometimes you post in English and you have no idea why.

Everytime - every single time - "your people" is all you need to be happy.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Guerreiros da Ilha...

... e mesmo longe da Ilha, ganharam.

Assim começa a nossa saga na Copa do Brasil 2010.

Não com uma apresentação bela.
Ou com juízes e bandeirinhas eficientes.
Até a zaga conseguiu ser pior do que a arbitragem.

E a verdade é que eu ainda não sinto velha raça do Leão.
Aquela que derrotou times "superiores".
Aquela que derrotou emissoras de televisão "parciais".
Aquela que derrotou árbitros "honestos".
Aquela que derrotou o Brasil. Conquistou o Brasil.

Tudo o que eu sinto é o coração batendo mais forte. As lembranças de dois anos atrás, a sensação de dois anos atrás, reaparecendo. Ganhando vida.
Assim como o Sport.

Reconsquitando o Brasil.

Brasília (DF) 2 x 4 Sport (Recife).